Liderar com eficácia às vezes não é tarefa fácil. Liderar é ter a capacidade de conduzir uma equipa na direção dos objetivos estabelecidos, mas vai também muito além disso. A liderança pode ser exercida de várias formas e estilos, consoante a cultura de determinada Organização. Um desses estilos é a liderança transformacional. Mas afinal em que consiste? Como é o líder transformacional e que comportamentos deve adotar a fim de melhorar as suas capacidades de liderança e desenvolver as suas pessoas? Explicamos-te tudo!
O que é a liderança transformacional?
O conceito surgiu pela primeira vez na década de 70 e é hoje considerado um dos mais eficientes métodos de liderança.
Um líder transformacional é aquele que não só inspira os membros da sua equipa dando-lhes espaço para desenvolverem a sua criatividade, autonomia e capacidade de resolução de problemas, mas também é aquele que tem a capacidade de mudar comportamentos.
No fundo, a liderança transformacional baseia-se na liderança pelo exemplo e na capacidade de transformar os seus colaboradores em pessoas melhores, tanto na esfera pessoal como profissional.
Cada organização tem a sua própria cultura e realidade e os seus líderes têm de estar, primeiro que tudo, alinhados com os valores da mesma. Os estilos de liderança variam de empresa para empresa e estão diretamente ligados à sua realidade. Ainda assim, acreditamos que a liderança transformacional pode ser aplicada em praticamente qualquer situação.
Como é o líder transformacional e como atua?
1. É um influenciador
Tem o “dom” de, naturalmente, impactar positivamente aqueles que o rodeiam. Comunica com clareza, explica o “porquê” das coisas e é visto como alguém próximo e confiável, com um conhecimento profundo daquilo que diz. Dirige positivamente os seus colaboradores e alinha comportamentos e atitudes, de forma transparente.
2. É exemplar
Na liderança transformacional, o líder tem de ser visto como uma inspiração. As atitudes dos membros de uma equipa serão o reflexo das atitudes do seu líder, por isso, o mesmo deve ser exemplar naquilo que diz e faz. Os seus colaboradores devem vê-lo como uma referência positiva e, sobretudo, um modelo a seguir não desvirtuando, obviamente a personalidade e essência de cada individuo que o segue.
3. É humano e sabe ouvir
Qualquer pessoa gosta de se sentir única e valorizada, por isso não guarda os elogios para si. Sempre que se justifique, deve elogiar desempenhos e atitudes. Já uma palavra amarga pode sobrepor-se a 1000 elogios dados anteriormente. Por isso, tem sempre uma postura correta, aberta, próxima e cordial mesmo perante as falhas. Essas falhas devem ser sempre vistas como uma oportunidade de melhoria e não como um momento de tensão que só conduzirá à desmotivação.
Dá a devida atenção àquilo que as pessoas têm para lhe dizer e não desvaloriza o que lhe é dito. Ter um bom ambiente de trabalho e alguém que saiba guiar a sua equipa, preocupando-se com o desenvolvimento e bem-estar dos seus colaboradores, é fundamental para que tudo funcione.
4. Apoia a sua equipa
Comunica regularmente com os seus colaboradores, não só para que se sintam acompanhados, mas também para que estejam todos alinhados, relativamente aos projetos e tarefas em curso.
Deve ainda detetar e perceber se algum colaborador está com alguma dificuldade pessoal ou profissional e dar o apoio necessário. Não menos importante é também a capacidade de resolução de conflitos de forma pacífica. Por isso, fica atento de modo a perceber se algo está menos bem com algum membro da equipa.
5. Fomenta a autonomia com responsabilidade
Confia nos seus colaboradores e acompanha-os de perto. Essa confiança vai permitir não só maior liberdade de pensamento, criatividade e capacidade de resolução de problemas, mas também funcionará como combustível para que a sua equipa faça mais e melhor, assumindo a responsabilidade dessa autonomia.
6. Promove o espírito de equipa
Perante desafios comuns surgem oportunidades únicas de estimular o verdadeiro espírito de colaboração. Envolve os seus colaboradores nas decisões estratégicas e dá-lhes margem para mostrarem o seu ponto de vista. Assim, todos perceberão que caminham na mesma direção rumo aos objetivos estabelecidos, sem sentirem que o seu trabalho não passa de uma imposição.
7. Potencia o desenvolvimento intelectual e dá feedback regularmente
A estagnação é inimiga da inovação. É fundamental estabelecer planos de formação e qualificação, de carreira e um diálogo constante não só para dar feedback individualizado, mas também para solução de possíveis pontos menos positivos. Reconhece as necessidades e capacidades individuais de cada membro da equipa, ao mesmo tempo que promove a sua realização pessoal e profissional, tão valorizada nos dias de hoje.
Essa relação entre a satisfação individual de cada membro da equipa e alinhamento com os propósitos da mesma, permite que cada colaborador se sinta mais feliz, desenvolvendo o seu trabalho com maior dedicação. Promove o espírito crítico e uma cultura colaborativa, onde todos possam partilhar as suas ideias sem medos.
Incentiva os seus colaboradores a impulsionar melhorias e na criação de novos projetos. Todos os negócios precisam de inovação constante e de pessoas que sintam que fazem parte de um todo.
8. Tem visão e adapta-se facilmente
O mundo está cada vez mais volátil. Tudo se transforma com uma rapidez imensa e as organizações têm de estar preparadas para lidar com essas transformações, antecipando e reagindo rapidamente perante as mesmas. Os líderes têm aqui um papel fundamental como agentes da mudança. Se a sua equipa foi previamente “treinada” a lidar com mudanças e imprevistos e se souber aceitá-los de forma positiva, estará preparada para apresentar soluções eficazes perante novos desafios, de forma natural e sem pressões acrescidas.
Quando o momento da mudança chegar, seja ele previsível ou não, o líder será então capaz de implementar a mudança sem dificuldade no que diz respeito à motivação, desempenho e colaboração das suas equipas.
Adotando estas boas práticas, o líder pode assegurar que a equipa funciona como um relógio, contribuindo assim para o alcance dos objetivos da organização, numa relação win-win entre colaboradores e empresa.
As lideranças desempenham um papel fundamental em qualquer organização quando são capazes de orientar devidamente as suas pessoas. No entanto, não caias no erro do culto da personalidade ou no excesso de autopromoção, isso acabará por deitar por terra o verdadeiro objetivo da liderança transformacional que é desenvolver a equipa e não proteger a tua própria imagem.
O caminho pode ser longo e moroso, mas para dar o primeiro passo basta que os seus intervenientes tenham em mente a regra-base: na liderança transformacional, lidera-se pelo exemplo.
Espreita os nossos conselhos de gestão de equipas em tempos de crise. Se lideras uma equipa à distância, temos algumas dicas para ti.