Estás à procura de emprego pela primeira vez e já deste por ti a perguntar “O que escrever sobre mim no currículo?“. Sabemos que não é fácil fazer um currículo sem qualquer experiência profissional. Mas vais ficar surpreendido com a diversidade de informações que podes acrescentar para enriquecer o teu CV.
Não há uma fórmula perfeita, porque cada pessoa é única, tal como cada currículo vai ser. O currículo deve ser um reflexo de quem somos e dos nossos interesses. Mas existem estratégias para melhorar e tornares o teu CV mais apelativo e cativante.
Fazer um bom currículo é um equilíbrio entre criatividade e profissionalismo. Pode parecer confuso organizar tanta informação num documento que funciona como passaporte para o futuro, principalmente quando estamos a entrar no mercado de trabalho.
O currículo vai ser o primeiro contacto do candidato com a empresa. Por isso, é importante que seja apelativo e reúna todas as informações chave. Se estás a questionar-te “O que escrever sobre mim no currículo?”, continua a ler e descobre as dicas que podem abrir portas ao teu próximo emprego.
Dicas gerais para um bom currículo
1. Conhecer a empresa à qual nos vamos candidatar
O primeiro passo para um bom currículo é adaptá-lo à empresa a que te candidatas. Ao pesquisar e ler sobre a empresa vais perceber o que deves ou não incluir e especializar o teu currículo. Podes analisar vagas de emprego disponíveis, o que a empresa procura num candidato, a linguagem institucional, entre outros fatores que te vão ajudar a adaptar o CV. O recomendado é fazer um currículo diferente para cada empresa a que te candidatas. Não é preciso alterares toda a estrutura e informações, mas teres a capacidade de selecionar as informações mais relevantes e excluir dados acessórios. O teu currículo deve fazer “match” com os valores da empresa.
2. Ser criativo
Quem disse que o currículo tem de ser um documento sério e monótono? É claro que vai depender da empresa, mas se estiveres a candidatar-te para um cargo de uma área criativa, arrisca. Podes explorar o vídeo, a fotografia, o áudio, enfim, a imaginação é o limite. No entanto, recomendamos sempre ter um documento com o CV para facilitar o acesso à informação mais relevante.
3. Deixar os dados pessoais visíveis
Nome, e-mail, redes sociais, número de telemóvel, LinkedIn ou até o link para um portefólio – são tudo dados que devem estar destacados e fáceis de encontrar. Esta informação deve aparecer em primeiro lugar ou num lugar de destaque na página. Assim, caso a empresa queira entrar em contacto contigo saberá automaticamente onde procurar.
O que a estrutura do currículo diz sobre ti
1. Menos é mais
Um bom currículo dever ser objetivo e ir direto ao assunto. A simplicidade evita que os olhares dos recrutadores se percam em pormenores desnecessários. Além disso, um CV sem ruído facilita a absorção da informação mais importante e a probabilidade de se destacar.
2. Layout e aparência
Estrutura simples e minimalista, adaptada com as cores da empresa, por exemplo, é uma escolha segura para qualquer currículo. Há websites onde podes criar o teu currículo, mas podes dar asas à imaginação e criar o teu layout de raiz. Ao criar o próprio layout do teu currículo, de certeza que terás pontos extra pela criatividade. Não sabes onde fazer o currículo? Consulta o artigo do nosso blog, com 5 ferramentas intuitivas para fazeres um CV personalizado.
3. Atenção ao número de páginas
Não existe um número certo de páginas, mas é importante que esteja de acordo com o teu nível de experiências. Há quem defenda que o ideal é entre uma a duas páginas. Lembra-te que as empresas recebem vários currículos por dia, por isso currículos demasiados extensos são inimigos da leitura integral dos mesmos.
4. Organização e coesão
Os elementos devem estar enquadrados e bem localizados. A informação deve estar espalhada de forma intuitiva e agradável ao olhar. Imagina-te a receber o teu próprio currículo. Será que ficarias interessado em lê-lo? Coloca-te na posição de recrutador, para analisar e melhorar o CV.
5. Pormenores fazem a diferença
Revê o teu currículo várias vezes. Sê picuinhas e repara nos detalhes. Pode ser um acento mal colocado ou uma coluna desalinhada. Um currículo bem estruturado vai proporcionar uma coesão visual que fará a diferença, no meio de tantos outros. Por isso, recomendamos que, antes de enviares o teu currículo, pede opinião a alguém de confiança para verificar se está tudo coeso.
6. Tamanho e proporções
O tipo de letra deve ser legível e simples. O tamanho das letras não deve ser nem muito pequeno, nem muito grande. Podes destacar elementos, mas não abuses na escolha das cores, para não se tornar confuso. Lembra-te que harmonia e simplicidade são a chave.
7. Enviar o documento em PDF
Assim, evitas que a estrutura e as informações desconfigurem. Além disso torna a leitura mais simples e intuitiva. Outra dica útil é manter sempre um formato editável do teu CV, para fazer alterações sempre que necessário.
8. Informações importantes em primeiro lugar
A organização da informação permite uma leitura mais simples e contextualizada. Do mais para o menos importante é a regra de ouro de organização para um bom CV. Além disso, imagina o teu currículo como uma linha do tempo e organiza as informações por datas. Sê claro e preciso com a indicação das datas. Coloca o ano e, se for necessário, o mês de início e fim da tua formação ou experiência.
A importância da experiência e formação
1. Realçar o percurso académico
É fundamental diferenciares esta parte do currículo. Se estiveres a candidatar-te ao teu primeiro emprego, a formação é a tua maior arma. Indica o nome das instituições de ensino, as datas de início e término. Colocar a média do curso é opcional. Depende da relevância que essa informação terá para a tua candidatura. No entanto, hoje em dia a média não é o elemento mais valorizado na hora de escolher um candidato. Certificados de formações e cursos online certificados ou extra, também devem ser incluídos, se estiverem atualizados e forem pertinentes.
2. Destacar experiências profissionais
Experiência profissional não se resume apenas a emprego. Esta secção do currículo deve ocupar um lugar de destaque. Recordamos que a experiência deve estar identificada por ordem da mais recente à mais antiga. Deve estar especificado o nome da entidade e uma breve descrição do trabalho desempenhado, ou uma hiperligação do mesmo. É, ainda, fundamental incluir as funções desempenhadas. Na hora de descrever as tarefas, o ideal é optar por tópicos.
3. Manter o LinkedIn atualizado
Os processos de recrutamento digitalizaram-se. Por isso, a informação que consta no teu currículo deve ser fundamentada por um LinkedIn atualizado e profissional, que espelhe o teu percurso e a tua proatividade. Atualmente, há empresas que pedem a página pessoal do LinkedIn do candidato em vez do tradicional CV. Podes, ainda, incluir no teu LinkedIn informação que não consta no currículo, como cursos online, workshops e formações extra. Se precisares de alguma ajuda, deixamos-te alguma dicas para melhorares o teu perfil.
Projetos e hobbies valorizam o teu trabalho
Desde voluntariado, a federações de desporto, os hobbies e projetos nos quais estás envolvido são informações importantes a adicionar ao currículo – principalmente na procura de um primeiro emprego. Deves incluir, também, projetos pessoais que tenhas desenvolvido como um podcast, um blog, uma loja, uma ação ou um movimento que tenha criado. Estas informações revelam proatividade e espírito de iniciativa – valores importantes na hora de selecionar um candidato. Experiências como Erasmus e estágios também devem estar obrigatoriamente no teu CV, uma vez que acrescentam valor ao teu perfil. Lembra-te que todas as tuas experiências podem ser relevantes numa primeira fase.
Habilidades, competências e soft skills
1. Línguas
São um ótimo fator diferenciador e de destaque. O domínio de várias línguas pode ser fundamental para o cargo a que te candidatas ou até complementar outras áreas da empresa. Lembra-te que deves ser honesto e colocar apenas línguas que dominas. Caso estejas a aprender uma língua podes, também, indicar essa informação.
2. Carta de condução
Não é obrigatório, mas pode ser importante caso o teu trabalho dependa disso, ou caso seja necessário deslocares-te frequentemente.
3. Programas e ferramentas
Dependo do cargo a que te candidatas e da tua área de especialização, pode ser relevante indicar que sabes como trabalhar com programas de edição de vídeo, fotografia, ou até programação. Um bom domínio destas ferramentas e softwares pode abrir portas a novas oportunidades.
4. Competências e soft skills
Deves ser humilde, mas confiante e indicar as tuas áreas de interesse e qualidades que te possam destacar de outros candidatos. Indica apenas aspetos relevantes, que possam acrescentar algo à empresa a que te candidatas.
5. Certificados e diplomas
Incluir certificados que comprovem as tuas experiências e formações é uma excelente maneira de dar maior credibilidade ao teu CV. Podes colocar estas informações em anexos, de modo a não criar ruído e a manter a organização.
Cuidado com a linguagem
A linguagem é um aspeto fundamental, que não pode, de modo algum, ser descartado. Utiliza um vocabulário simples, mas sofisticado e profissional. De preferência, adapta a linguagem à tua área de estudo e à empresa em questão. Faz uso de palavras-chave e tem cuidado com os erros gramaticais e ortográficos. Sabemos que muitas vezes um currículo é feito com alguma pressão, mas isso não pode ser desculpa para a existência de erros. Revê o texto e certifica-te que não há erros de digitação, acentuação e gramática. Uma linguagem simples e coesa, não só é mais agradável à leitura, como transmite uma impressão cuidada e profissional.
O que NÃO escrever sobre mim no currículo
1. Dados demasiado pessoais
É importante conhecer os limites da privacidade e compreender que informações são essenciais e acessórias para colocar no currículo. Uma fotografia, a data de nascimento e a morada não são informações obrigatórias no teu currículo.
2. Redes sociais comprometedoras
Não há problema em incluires as tuas redes sociais e estas até podem contribuir para destacar o teu perfil, desde que complementem a tua candidatura e não a difamem. Lembra-te que tudo o que está na internet, fica na internet. Por isso, tem cuidado na hora de publicar algo que possa comprometer a tua entrada no mercado de trabalho.
3. Documento mal estruturado
Em cima partilhamos todas as dicas para apresentar o teu currículo, de forma apelativa. É essencial que o teu CV esteja apresentável e com boa aparência, apenas com as informações relevantes ao cargo a que te candidatas. Entregar um currículo mal formatado ou desorganizado pode ser um fator para excluir o teu perfil, automaticamente.
4. Clichés
Lembra-te que as empresas já viram diversos currículos diferentes e estão habituadas às frases e expressões clichés. Na hora de indicar as tuas competências evita utilizar palavras ou termos demasiado gerais e subjetivos. É importante marcares a diferença e até seres um pouco irreverente – se isso for de encontro aos valores da empresa, claro.
5. Repetir informações
O currículo deve ser um documento simples e objetivo. Por isso repetições não são aconselhadas. Não deves incluir informações que constem noutro local do teu CV. Este erro pode demonstrar falta de conteúdos ou falta de informação a acrescentar sobre ti e sobre o teu percurso.
6. Mentir
É mais comum do que imaginas, mas garantimos que mentir no teu CV não vai trazer qualquer benefício para o teu futuro. Lembra-te que “a mentira tem perna curta” e qualquer informação falsa é facilmente descoberta. Para além de perder uma oportunidade, também perdes credibilidade e prejudica a tua imagem profissional. Ainda que o teu percurso possa não parecer excecional, sê honesto e humilde e confia no seu potencial. Vais sempre a tempo de ganhar experiência e adquirir novos conhecimentos.
É claro que um bom currículo não diz tudo sobre ti, mas é uma excelente forma de resumir o que de melhor tens para oferecer a uma empresa. Recorda-te que sempre que te perguntares “O que devo escrever sobre mim no currículo?” deves optar pela sinceridade e transparência. Ser bom profissional não depende dos anos de experiência, mas sim da tua atitude e entrega à empresa a que te candidatas. Por isso, é importante que o teu CV espelhe a sua ambição e o motivo pelo qual deves ser o candidato selecionado.
Agora que já sabes a resposta à pergunta “o que escrever sobre mim no currículo” (e o que não escrever, também), desafiamos-te a candidatares-te às nossas diversas ofertas de emprego. Boa sorte!